Canhões Coloniais

EM TOUROS/RN

SOBRE O PASSEIO

É quase certo que a maioria dos atuais habitantes deste município desconheça que existiu, no século XIX, um forte artilhado em cima do "Touro", de onde em 1956, os canhões atualmente existentes no pedestal vizinho à Matriz do Bom Jesus dos Navegantes foram transferidos.

A história dos canhões do forte da pedra do "Touro" ainda não pode ser contada em detalhes, mas já sabemos, por exemplo, que foram ali colocados, entre 1808 e 1812, pelo Arquiteto e Tenente à Coronel de Engenharia Antônio da Silva Paulet, responsável pela defesa da costa das capitanias, a mandado de D. João VI, depois de sua chegada ao Brasil.

O segundo desembarque dos portugueses ocorreu em 1638, quando uma expedição comandada por Luiz Barbalho Bezerra, não podendo desembarcar em Olinda, aportou na enseada de Touros para combater os Holandeses. A partir daí­, dirigiram-se por terra rumo a Salvador a fim de iniciar os combates, deixando para trás vários canhões, trás dos quais se encontram hoje em exposição na sede do município.

A Bateria de São João de Touros, responsável pela presença dos canhões coloniais existentes em nossa cidade, inicialmente foi comandada pelo alferes João Gualberto. Já em 1828 seu comandante era o tenente Luiz Pinheiro Oliveira que, por sinal, já havia ocupado a função de comandante do porto de Touros. A Bateria, menos que um fortim, foi construí­da pelo tenente à coronel José Inácio Borges, governador da capitania do Rio Grande, com autorização do ministro Tomaz António de Vilanova Portugal, conforme ofício de 17 de novembro de 1818, com a finalidade de defender a costa de um ataque de surpresa por parte dos inimigos de el-rei. Durou até 1831, quando o art. 17 da lei de 15 de novembro daquele ano, da Regência do Império, autorizou os governos das províncias e extinguir os comandos militares de Baterias, Fortins, Fortes e Fortalezas onde julgassem conveniente.

A obra de desmonte vai com os avisos de 22 e de 24 de dezembro do mesmo ano. Por mais um século os canhões de Touros, quais sentinelas mudas da história, mantiveram-se em suas corretas no topo do tourinho, de onde seriam deslocados, virgens de qualquer disparo, em 1956, para o pedestal em que atualmente se acham nas proximidades da matriz. Responsável pela mudança foi o então prefeito Antônio Severino da Câmara. Sem tal providência, certamente já teriam sido corroídos pela ferrugem.

Fonte bibliográfica:
» SEBRAE/RN - PRODER - Diagnóstico e Plano Estratégico de desenvolvimento do Municí­pio de Touros/RN. 1999, 71p.
» PATRIOTA, Nilson - Touros: uma cidade do Brasil: Departamento E. de Imprensa. 2000, 476p.



INFORMAÇÕES

RECOMENDAÇÕES: -